Filho de atriz e de diretor de teatro, Braga Nunes não poderia seguir outro caminho senão o da dramaturgia, aliás, poderia sim, com o talento que tem seguiria qualquer um, mas optou ser artista. Sorte a nossa, pois os roqueiros de plantão estavam doidos para ver o ator em outra cena, a musical. Vamos combinar que Gabriel leva todo o jeito para a coisa. Ele já teve quatro bandas, Óvni Som, Úlcera Rock, Anjos de Vidro e Maria. Agora o ator (e músico) está na quinta formação com Os Impossíveis. Acompanhe o bate-papo:
Você mudou o corte de cabelo e enxugou bem o corpo para interpretar Tony Castellamare em Poder Paralelo. Como foi essa transformação? Meu personagem anterior (Sigismundo Taveira de Os Mutantes - Caminhos do Coração) era muito diferente do Tony Castellamare. É natural que eu passe por uma repaginada. Há 15 anos não sou eu quem decide meus looks. Às vezes, isso cansa. Às vezes, é estimulante. Sinto-me bem na pele de Tony.
Onde buscou inspiração para criar Tony? Tony é objetivo e prático. É um homem desembaraçado, com grande poder de realização. Não pode sofrer muito. Não pode se envolver a fundo. Não pode desviar seu ímpeto de vingança (pela morte de sua mulher e filhas). Vários personagens me vêm à cabeça em momentos distintos do trabalho; o que é indicador de personagem bem escrito. Se eu mencionar um deles, os outros podem ficar melindrados (risos).
Tony é o seu terceiro protagonista. Você se sente totalmente preparado para estar à frente de uma novela ou cada trabalho é um novo desafio? Terceiro protagonista nesses últimos anos, na Record (Fernando Rodrigues em Essas Mulheres, e Antônio Maciel em Cidadão Brasileiro). Conduzir uma história é uma responsabilidade que me cai bem. Mas só é completa se posso contar com uma equipe tão boa quanto a dessa novela.
''Conduzir uma história é uma responsabilidade que me cai bem.''
Como está sendo filmar Giuseppe Garibaldi, esse personagem histórico em Anita y Garibaldi de Alberto Rondalli, produzido por Rubens Gennaro? Assisti a algumas sequências e achei o filme belíssimo. Fiquei muito orgulhoso. Garibaldi e Anita são retratados de forma sensível e heroica, delicada e pungente. Alberto Rondalli, o diretor, se interessou por aspectos humanos, e não apenas históricos. Ainda faltam rodar algumas sequências. Adoraria fazer isso o quanto antes. (Veja o boxe com o produtor Rubens Gennaro)
Anita y Garibaldi se passa durante a Guerra dos Farrapos (1835 a 1845), época na qual Garibaldi esteve em Laguna, em Santa Catarina. O filme foi rodado lá? Não, foi feito em São Francisco do Sul, também em Santa Catarina. (Veja o boxe)
Em Poder Paralelo você é Tony, um mafioso ítalo-brasileiro. Em Anita y Garibaldi o italiano Giuseppe Garibaldi. Trace um paralelo. Garibaldi é um italiano e o Tony um brasileiro com cidadania italiana. Garibaldi unificou a Itália e o Brasil e a máfia de Tony desagrega; é Poder Paralelo.
Na festa de estreia de Poder Paralelo, você deu um show no violão. Tocar é um hobby? Toco apenas por hobby na banda Os Impossíveis. É a coisa que mais gosto de fazer no pouco tempo livre que tenho.
Em O Beijo do Vampiro e em Os Mutantes - Caminhos do Coração você viveu um vampiro. Você gosta do tema? Acho divertido fazer vampiro e as duas novelas fizeram sucesso com a garotada. É um público diferente e para o qual eu trabalhei pouco. Mas penso que uma dose de humor é sempre bem-vinda.