Gabriel Braga Nunes surpreende no papél de vilão. - Foto: Divulgação
Toda vez que ouço aquele acorde da guitarra de Roberto Frejat tocando um trecho da música
, me arrepio da cabeça aos pés. É porque sei que Leonardo, o grande vilão da trama das 9 vai aprontar alguma. A cena em que ele jogou um carro no poste, matou a sangue frio outro bandido, explodiu o veículo e saiu caminhando ao som de
já é uma das mais inesquecíveis dos últimos tempos. A face fria e demoníaca de Gabriel Braga Nunes foi – e tem sido – a cobertura no bolo de maldades que Gilberto Braga e Ricardo Linhares criam para o personagem. E credenciam o rapaz, antecipadamente, ao posto de melhor ator de 2011.
Realizando mais uma de suas maldades como Léo em ''Insensato Coração'' - Foto: Divulgação
Eriberto Leão, Natália do Vale, Antonio Fagundes e Gabriel Braga - Foto: Divulgação
Ninguém hoje na TV tem um rosto mais dramático do que Gabriel. Ele não precisa fazer acrobacias ou caretas para passar tudo o que deseja, já que cada mínima expressão que faz diz muita coisa. Só que Gabriel está faminto e devora cada cena que tem na novela como se fosse a última refeição da sua vida e devolve ao público um banquete de fortes emoções. Na telinha, Léo destrói sem o menor pudor a vida do irmão, Pedro (Eriberto Leão), trapaceia o próprio pai, Raul (Antonio Fagundes), e passa como um trator por cima de qualquer pobre coitado que apareça em seu caminho. O personagem já é rico e achou um intérprete em estado de graça. Tenho certeza que Fábio Assunção desempenharia Léo com bastante eficiência. Mas não seria o mesmo Léo que temos hoje. A saída do ator para se curar de um vício terrível foi uma benção não só para ele, mas também para Gabriel Braga Nunes e para o público. Gilberto e Ricardo não sabiam, mas escreveram o vilão de
Insensato Coração desde o início para Gabriel. Ele nasceu para fazer esse papel. Apesar de suas excelentes interpretações como Gilberto (
As Cariocas, 2010), Tony Castelamare (
Poder Paralelo, 2009), Antônio Maciel (
Cidadão Brasileiro, 2006), Fernando (
Essas Mulheres, 2005), Victor (
O Beijo do Vampiro, 2002) e Augusto (
Terra Nostra, 1999), Léo é o grande papel de sua carreira.
como Tony Castellamari em "Poder Paralelo" da Record - Foto: Divulgação
Victor (O Beijo do Vampiro, 2002) e Augusto (Terra Nostra, 1999) - Foto: Divulgação
Ele é simpático, dissimulado, carismático e, por isso mesmo, muito perigoso. Aliás, todo psicopata é muito envolvente e sedutor. E Léo é um psicopata dos mais letais. Não há um motivo que justifique tantas maldades, mas a verdade é que a crueldade está carimbada em sua alma. Gabriel percebeu isso e joga com essa dualidade o tempo todo. O ator consegue tornar o personagem um doce e ao mesmo tempo intragável. Tudo isso, muitas vezes, na mesma sequência. Gabriel tem uma característica que eu adoro, encontrada também em outras grandes atrizes como Gloria Pires, Lídia Brondi, Júlia Lemmertz e Deborah Evelyn, que é a naturalidade. Para eles, atuar parece ser tão simples… A impressão é que Gabriel tira de letra desempenhar o Léo, mas imagino o trabalho emocional e de expressão corporal e facial que ele desenvolve diariamente. Por isso é tão bom. Para Gabriel Braga Nunes tiro o meu chapéu quantas vezes forem necessárias!
Fonte:TV Brasil Contigo!